“Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil”. (Leon Tolstoi)
Dona Gorda tinha uma quitanda na feira-livre. Todo sábado, bem cedinho, mal o sol nascia, ela vinha toda faceira, cheirosa, rechonchuda, sorridente, abarrotada de mercadorias.
- Fruta, verdura, legume! Êita melancia bonita! – apregoava.
Tinha a voz forte, bonita. Não tinha quem não ouvisse Dona Gorda oferecendo a mercadoria. Também não tinha ninguém que não gostasse dela. Todo mundo falava bem dela. Ajudava a todos na feira. Sua simpatia contagiava a todos. Comentava futebol, novela, política, contava piada e sorria o tempo todo, sempre jovial com o sorriso franco e acolhedor, de bem com a vida.