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Ilustração de Gustave Doré (1832-1883) para a Divina Comédia de Dante
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O coronel Alarcão morreu na fria madrugada do dia vinte e cinco de setembro de mil novecentos e cinquenta e nove, há exatos cinquenta e seis anos. No dia da sua morte, estava confortavelmente sentado em sua poltrona defronte para o janelão de onde se avistava o verde-azul do mar, saboreando a sua costumeira chávena de café. E assim passava os dias, observando o sinuoso e incansável dançar das vagas, que se espatifava no quebra-mar. Descansava a vista fatigada na fímbria do horizonte, donde balouçavam distantes velas brancas de jangadas.