Lá no sertão, naqueles tempos, tinha um coronel muito do estribado dos cobres, dono de muitas terras a perder de vista, muito proseador, sabe-tudo, bravateiro até o meio das canelas. Orgulhoso e valentão que nem o Mata-Sete. Só porque tinha dinheiro metido nos cós, ele achava que mandava em todo mundo. E mandava mesmo.
Num tinha nada que ele num soubesse. Metia o bedelho em tudo o que não lhe dizia respeito, ralhava com tudo e com todos, dava palpite até nas coisas das mulheres. Porque tem assunto de mulher que os homens num entende nem que a vaca tussa, mas o coronel, esse sim, sabia de tudo. Num tinha um assunto que ele num botasse a colher.